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segunda-feira, 8 de maio de 2017

VOLTANDO NO TEMPO - 2005, O PRIMEIRO FORTE APACHE E INÍCIO DE UMA COLEÇÃO

Tudo começou em março de 2005. Entrei no site do Mercado Livre e para procurar um Forte Apache para o meu filho Vítor, que tinha três anos. Na verdade era também uma forma de retornar a minha infância, pois brinquei muito com aqueles bonequinhos.  


Depois de concluir a negociação, comecei a ficar ansioso pela chegada dele no correio. Demorou uns cinco dias e quando abri a caixa, junto do meu filho, foi a maior alegria. Voltei imediatamente no tempo e fiz uma promessa a ele e a mim mesmo. Iria fazer o Forte Apache que eu sempre sonhei quando era pequeno. O maior, mais bonito e o mais realista possível.


O primeiro passo foi arrumar os pauzinhos para fazer os "troncos". Primeiro tentei a técnica de fazê-los passar, ainda em filetes de perfil quadrado, por orifícios redondos que iriam diminuindo de diâmetro. O problema é que escolhi usar madeira de lei, e na maior parte, angelim pedra. O jeito foi fabricar um torneador, que foi feito usando um moto esmeril. Fiquei uma semana torneando os primeiros "troncos" das paliçadas. Eu os deixava redondos e depois os frisava usando uma faca de serra presa a uma morsa.


A primeira peça que fabriquei foi o pórtico juntamente com os portões. Foram feitos dois. Sendo que o primeiro foi o tradicional, com o espaço para o letreiro, mas foi substituído pelo que está no forte atualmente. Optei por uma cobertura, pois queria  que o forte fosse, como num de verdade, o mais funcional possível.


Os portões não deram muito trabalho, pois já fiz uns tantos de verdade. O que me incomodava na época eram as dobradiças. Não queria ver os portões abrindo sobre ferrinhos dobrados dentro de argolas. Então cortei um tubo de cobre, destes de refrigeração, fiz pequenas tiras dele, dobrei aonde vai o pino e lá estava a primeira dobradiça. 

Parti então para a união dos "troncos". Usei raios de bicicleta, um em cima e outro em baixo. Também usei esse procedimento para montar as guaritas. Essa parte não exigiu muito, pois era apenas furar num padrão, usando um gabarito, e encaixar os pauzinhos.


O que estava me perturbando agora eram os telhados. Eu os queria inicialmente no mesmo padrão daqueles do forte de plástico, com quatro águas, em formato de pirâmide. Não é fácil fazer, ainda mais porquê iria esculpir as telhas sobrepostas numa peça de madeira. Então optei por um de duas águas. Para fazê-los, eu pegava uma tábua de pinho, cortava-a na serra num perfil de mais ou menos 5,5 cm, e depois esculpia como se colocasse uma tábua (ou telha) por cima da outra. Tive o cuidado de fazer isso por baixo também. Usei esse método mais tarde para fabricar a as casinhas, que também têm as paredes de madeira sobreposta.


Depois de montadas as laterais, veio o problema de colocar as passarelas. Como queria uma coisa bem realista, esculpi o assoalho de forma a aparentar tábuas pregadas umas ao lado das outras. Por baixo, montei os "troncos" de forma que parecessem sustentar esse assoalho.


Por fim veio a pintura. As pontas foram pintadas com um selante transparente, tipo osmocolor. Para as "cascas", usei a cor nogueira. Quanto aos telhados, pintei de vermelho para manter o padrão dos fortes originais. Pelo menos dos últimos, de plástico. A placa onde pintarei Fort Apache algum dia desses, também pintei de amarelo. O que me deixou muito em dúvida sobre a pintura foi o tipo de tinta a usar no telhado e placa. Queria pintar com tinta plástica (não tinta de plástico), a base de água, mas como o forte é essencialmente um brinquedo, resolvi optar pelo colorido da tinta esmalte sintético. Uma dica: usem sempre tinta para fundo de cor clara, pois é muito difícil pintar sem ela.


Bom, o resultado foi esse aí. Na época eu esperava conseguir alguns bonecos antigos, da década de 1970, para que o brinquedo ficasse ainda mais legal. Mas, sinceramente, não me importei em incorporar outros, como os Supreme fabricados na China, que comprava mais facilmente naqueles tempos. 

Pretendia colocá-lo em um expositor que ia montar lá em casa. Seria o Forte, a Aldeia Apache e uma simulação de montanha com uma mina para separá-los, já que eu tinha uns quantos mineiros. Nunca aconteceu e o forte está guardado até hoje. O expositor é pequeno, e optei por um forte menor, que foi feito de canto. Nesses anos, de lá para cá, tive a oportunidade de confeccionar muitos itens para os que gostam de agregar novas peças aos seus "brinquedos", como casinhas de faroeste, carroças e outros.

Esse forte está atualmente a venda e mede 100 cm x 80 cm.

Abaixo, algumas fotos.










A seguir fotos do “making of” do Forte Apache:
 













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